Este é um blogue que pretende ser o relato de um conjunto de aprendizagens realizadas no âmbito da 5ª Edição do Mestrado em Pedagogia do E-Learning da Universidade Aberta. Sou Estela Gomes e a todos que me honrarem com a sua visita dou as boas vindas.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Processos Pedagógicos em ELearning
Guião das Entrevistas
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Boas Práticas Pedagógicas - Desafios para o Professor Online
Boas Práticas Pedagógicas - Desafios para o Professor Online
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Método de Recolha de Dados - A Entrevista (2ª Parte)
Segundo Carmo (2008), o inquérito por entrevista deve ser utilizado em certos contextos e evitado noutros. Deve ser utilizada nos casos em que o investigador não dispõe de informação disponível, ou em situações em que deseja comprovar as informações de que dispõe junto a fontes que lhe merecem confiança.
A entrevista é um recurso eficaz para recolher dados quando o tempo disponível não é muito e quando se entende que existem especialistas qualificados que podem corresponder ao desejado.
De qualquer forma, devemos ter em atenção que, ao selecionar um determinado tipo de informação, estamos a rejeitar outras igualmente fiáveis.Segundo Madelaine Gravitz (1993), a classificação das entrevistas pode ser feita de acordo com o grau de liberdade dada ao entrevistado e o grau de profundidade da informação obtida. Assim sendo, podemos ter entrevistas dominantemente informais como a entrevista clínica ou a entrevista em profundidade; entrevistas mistas como a entrevista livre ou a entrevista centrada; entrevistas dominantemente formais como as entrevistas com perguntas fechadas e as entrevistas com perguntas fechadas.
Ainda segundo Carmo (2008), existem prós e contras no inquérito por entrevista e no inquérito por questionário.
Os prós podem ser sumariados nos seguintes pontos:
Nos inquéritos por entrevista – Flexibilidade quanto ao tempo de duração; adaptação a novas situações e a diversos tipos de entrevistados; a profundidade, dado que permite observar o entrevistado e colher informações íntimas ou de tipo confidencial.
Nos inquéritos por questionário – Sistematização; maior simplicidade de análise; maior rapidez na recolha e análise de dados; menos dispendioso.
Os contras podem ser sumariados nos seguintes pontos:
Nos inquéritos por entrevista – Requer uma maior especialização por parte do investigador; é mais dispendioso; gasta mais tempo.
Nos inquéritos por questionário – Dificuldades de conceção; não aplicável em toda a população; elevada taxa de não respostas.
No entanto, a classificação da entrevista depende muito do tipo de abordagem e do tipo de análise que desejamos tomar como ponto de partida.
Quanto ao número de sujeitos inquiridos distinguem-se os seguintes tipos de entrevistas:
Individual - quando o objetivo da entrevista se centra na vida de um indivíduo e tenta explorar o que de interesse pode existir na atividade profissional, no conjunto de interesses, no domínio do saber específico dominado pelo entrevistado.
Grupo - quando se pretende explorar um universo de opiniões, de atitudes ou de comportamentos; pode ser utilizado este processo de recolha de dados quando se pretende inferir sobre consensos ou divergências em relação a qualquer temática. Os assuntos de natureza pública também são alvo desta preferência de recolha de informação.
Social - um indivíduo, ou vários, pode(m) ser avaliado(s) por um ou mais entrevistadores de uma forma informal.
Painel - um indivíduo é entrevistado por várias pessoas em conjunto.
Relativamente aos temas em análise podemos classificar as entrevistas em:
Entrevista de controlo - entrevistas pós-experimentais que verificam a experiência efetuada dentro de um contexto, ou seja a entrevista não é a técnica de eleição, nem o instrumento.
Entrevista de Verificação - utilizada quando desejamos investigar qual a evolução de um determinado estudo.
Entrevista de Aprofundamento - utilizada quando pretendemos explicar algo que não é suficientemente claro.
Entrevista de Exploração - utilizada para desbravar um domínio ainda pouco conhecido.
Quanto à estruturação podemos classificar as entrevistas em:
Entrevista não estruturada ou aberta - o entrevistador propõe um tema que é discutido entre os dois intervenientes como se de um diálogo informal se tratasse. Embora possua a vantagem das questões poderem ser individualizadas e surgirem sem um guião muito rigoroso, tem a desvantagem de necessitar de muitas competências e prática por parte do entrevistador.
Entrevista Semi- Estruturada - caracteriza-se por existir um guião que serve de orientação ao longo da realização da entrevista, embora a flexibilidade na forma como as questões são colocadas seja a marca dominante. Evidencia-se ainda uma grande adaptação do entrevistador ao perfil do entrevistado. Embora permita uma considerável otimização do tempo disponibilizado e permita a seleção das temáticas a aprofundar, ainda assim é necessária uma boa preparação por parte do entrevistador.
Entrevista Estruturada - Este tipo de entrevista é caracterizada pelas questões fechadas com o objetivo de recolher dados sobre a amostra. O guião de entrevista é escrupulosamente seguido, sendo a avaliação das respostas muito reduzida durante a entrevista. Assumem a vantagem de serem de mais fácil análise e tratamento posterior e permitem a replicação posterior; no entanto, reduzem a espontaneidade do entrevistado e do entrevistador, não permitem o aprofundamento de pontos que vão surgindo ao longo da entrevista e não tem em linha de conta as circunstâncias pessoais.
Referências Bibliográficas
Carmo, H. (2008) “Metodologia da Investigação – Guia da Autoaprendizagem”, Lisboa, 2ªedição, UAB.
Grawitz, M. (1993) “Méthodes des Ciences Sociales”, Paris, Dalloz, 9ª edição.
Sites consultados
domingo, 4 de dezembro de 2011
Atividade 6 de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Mais um desafio nesta unidade curricular... Criar um trilho, utilizando as potencialidades do Google Maps e do WildKnowledge, para criar um recurso onde o m-learning se pudesse aplicar num contexto educativo.
O percurso inicia-se no Palácio da Ajuda e passa por vários pontos de referência que podem ser consultados na seguinte montagem:
O WildKnowledge é uma aplicação criada com o intuito de potenciar os fins educacionais, sociais, comerciais ou individuais dos dispositivos móveis, através da possibilidade que concede de armazenar e gerir informação, utilizando o WildKey, o WildForm, o WildImage e o WildMap.
A minha infância foi passada num local previlegiado de Lisboa e as minhas rotinas estabeleceram-se entre o bairro da Ajuda e Belém pelo que percorri vezes sem conta todas aquelas ruas e o meu imaginário foi-se alimentando de todas as histórias que ouvi sobre os locais que eram marcos nas minhas caminhadas diárias.
Assim sendo, entendi que daria um recurso educacional com alguma potencialidade, fazer uma visita de estudo no âmbito da disciplina de História de Portugal, do 2º Ciclo do Ensino Básico, utilizando o trilho que assinalei e permitir que os alunos, uilizando o código QR, percorressem, sob a orientação do professor responsável, as ruas marcadas no Google Maps e identificassem os pontos alvo pelas fotografias disponibilizadas nos pontos de referência.
Os alunos deverão iniciar o trilho lendo o código QR que dá acesso ao mapa do Google Maps com o seu telemóvel e, em cada ponto de referência, tirar uma foto do local para, posteriormente, elaborar um álbum com notas históricas sobre todos os locais visitados e qual a sua importância num determinado contexto.
Os pontos de referência utilizados são: o Palácio da Ajuda, o Jardim Botânico da Ajuda, o Museu dos Coches, o Palácio de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém.
Pesquisando no Google Maps, existe uma ferramenta, no modo de edição, que permite tirar fotografias localizadas sem que nos tenhamos de deslocar ao local. Experimentei a ferramenta e os resultados são bastante satisfatórios.
Gostei muito de realizar o percurso no Google Maps e entendo que em termos educacionais e pessoais pode ter uma grande utilidade.
Aparentemente acessível, esta foi uma atividade que consumiu bastante tempo e que envolveu o recurso a uma série de ferramentas adicionais, o que possibilitou a interligação de potencialidades.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Reflexão sobre a atividade 5
Em Ambientes Virtuais de Aprendizagem temos vindo a explorar as várias capacidades do telemóvel enquanto instrumento potenciador de aprendizagem formal e informal. Entre as muitas atividades realizadas até à data, a atividade 5 incidiu sobre a utilização de códigos QR como forma de organizar a informação e para aceder rapidamente a determinados locais da Web.
Faz sentido, no contexto deste post, informar o leitor sobre o que representam os códigos QR e quais as suas funcionalidades.
Segundo Moura (2011), o Qr Code (Quick Response Code) é um código de barras em 2D, que representa uma matriz criada pela empresa japonesa Denso-Wave, em 1994. O código pode ser lido de uma forma muito rápida com câmaras digitais em formato VGA, de baixa resolução, como, por exemplo, as que são implementadas nos telemóveis.
Inicialmente, estes códigos foram utilizados para a catalogação de informação ou gestão de inventários na indústria. No entanto, a partir de 2003 o mercado começou a apostar no desenvolvimento deste tipo de aplicações nos telemóveis. Alguns telemóveis mais recentes já possuem este tipo de tecnologia, outros necessitam da instalação prévia. Sites como Kaywa Reader, I-nigma, permitem descarregar para o telemóvel o software necessário.
Segundo Moura (2011), os dispositivos móveis como os telemóveis, os PDA, os Pocket Pc ou os Tablets, têm vindo a ser utilizados como ferramentas de aprendizagem em Mobile Learning. O facto de ser por demais evidente que se colocam novos desafios nos cenários educativos dado que as novas tecnologias apresentam potencialidades que dificilmente se contestam, obriga todos os que pertencem a comunidades ligadas à educação, a reformularem a sua postura e a repensar as oportunidades de integrar os dispositivos móveis no processo de ensino e aprendizagem.
A atividade 5 conduziu-me à reflexão de como poderia utilizar os códigos QR para potenciar a aprendizagem em contexto de sala de aula. Ao pesquisar sobre a matéria surgiu um link extremamente interessante sobre 40 Interesting Ways to Use to QR Codes in the Classroom.
A atividade proposta correu bem à exceção de um dos links que não consegui abrir, mas que não teve muita influência no trabalho desenvolvido. A quiz disponibilizada para resolução não abria no telemóvel e após várias tentativas mal sucedidas, acabei por desistir. O primeiro código disponibilizado conduzia a uma explicação bastante detalhada do que são os códigos QR e qual o seu percurso histórico.
Fazendo um balanço da situação, entendi como sendo muito positiva esta abordagem da utilização dos códigos QR porque possibilitou a aprendizagem de mais uma ferramenta para motivar a aprendizagem recorrendo aos dispositivos móveis.
Referências Bibliográficas
Barrett, Tom. “40 Interesting Ways to Use to QR Codes in the Classroom”Disponível em:
https://docs.google.com/present/view?id=dhn2vcv5_765hsdw5xcr&revision=_latest&start=0&theme=blank&authkey=COX05IsF&cwj=true&pli=1&ndplr=1
Acedido em 28 de Novembro de 2011
Moura, Adelina. (2011). “Apropriação do telemóvel como ferramenta de mediação em mobile learning : estudos de caso em contexto educativo”. Tese de doutoramento em Ciências da Educação - Especialidade de Tecnologia Educativa.
Disponível em:https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/13183
Acedido em 28 de Novembro de 2011
Moura, Adelina. (2011) “QR Code - uma tecnologia da era móvel” in Mobile Learning 21.
Disponível em:http://moblearn21.blogspot.com/2011/04/qr-code-uma-tecnologia-da-era-movel.html
Acedido em 28 de Novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
Métodos de Recolha de Dados - A Entrevista (1ª Parte)
Moser e Kalton (1971, pp. 271) descrevem a entrevista como “uma conversa entre um entrevistador e um entrevistado que tem o objetivo de extrair determinada informação do entrevistado”.
“A grande vantagem da entrevista é a sua adaptabilidade. Um entrevistador habilidoso consegue explorar determinadas ideias, testar respostas, investigar motivos e sentimentos, coisa que o inquérito nunca poderá fazer.” (Bell, 2010, pp.137)
“Escolher uma entrevista é optar por determinadas condições metodológicas:
- Uma relação verbal entre o investigador e a pessoa interrogada: essa relação pode ser direta (frente a frente) ou indireta (por telefone, por exemplo);
- Uma entrevista provocada pelo investigador: neste aspeto, a situação da entrevista comporta uma parte de artificialismo, distinguindo-se do modo habitual de comunicação que aqueles que, integrando-se na população estudada, realizam observação direta procuram preservar;
- Uma entrevista para fins de investigação: distingue-se da entrevista terapêutica ou de apoio, cujo objetivo é levar a pessoa que se exprime a resolver o seu problema;
- Uma entrevista baseada na utilização de um guião de entrevista para colocar o entrevistado em condições de se exprimir, seguindo o curso do seu pensamento; em contrapartida, o método por questionário supõe que o investigador já conhece a forma como a questão tratada é apreendida pelo público visado, de modo a não formular questões inoperantes;
- Uma entrevista numa perspetiva intensiva, em que se trata sobretudo de conhecer em profundidade reações da pessoa e detetar processos (por exemplo, as diferentes etapas que conduzem à marginalização).
Um estudo extensivo, incidindo sobre um grande número de indivíduos e destinado a medir frequências, não é realizável por meio de uma entrevista.” (Albarello, 2005, pp.86 e 87)
“Em termos globais, o objetivo de qualquer entrevista é abrir a área livre dos dois interlocutores no que respeita à matéria da entrevista, reduzindo, por consequência, a área secreta do entrevistado e a área cega do entrevistador.” (Carmo, 2008, pp.142)
Para atingir esta meta é necessário reduzirmos a nossa área secreta aplicando a regra da reciprocidade. Podemos elaborar uma apresentação que reúna três vertentes: a apresentação do investigador; a apresentação do problema da pesquisa; a explicação do papel pedido ao entrevistado.
A entrevista é uma interação direta ou presencial o que faz surgir três problemas eminentes e que se entrecruzam: a influência do entrevistador no entrevistado; as diferenças da mais variada ordem que podem existir entre o entrevistador e o entrevistado; a sobreposição de canais de comunicação.
Existe sempre uma visível assimetria entre os dois interlocutores, normalmente associada a uma diferença de estatuto que limita a comunicação e inibe o entrevistado de comunicar abertamente. Por outro lado, o entrevistador pode induzir, através de formas enfáticas de questionar ou excluindo possíveis linhas de raciocínio, o entrevistado a responder ao que se deseja e não ao que este pretende.
As questões culturais não devem ser menosprezadas quando ocorre uma entrevista; quando os dois interlocutores são originários de sistemas culturais substancialmente diferentes, podem surgir malentendidos que devem ser previstos com antecedência aquando a elaboração do guião da entrevista.
A entrevista é composta por diversas questões que devem ser elaboradas e apresentadas ao entrevistado tendo em atenção que a sobreposição de canais de comunicação pode ser nefasta no processo de obtenção de informação, uma vez que pode ser revelado ao entrevistado o que se espera obter como resposta; todas as situações devem ser previstas quando se prepara o guião da entrevista.
Este método de recolha de dados, permite ganhar tempo numa investigação e é um excelente recurso de obtenção de dados quando não encontramos uma resposta credível para as nossas questões de fundo.
“Há várias maneiras de fazer uma entrevista. Tradicionalmente classificam-se as entrevistas segundo o grau de diretividade – ou melhor, de não diretividade – e, por conseguinte, segundo a profundidade do material verbal recolhido. Entrevistas não diretivas de uma ou duas horas, que necessitam de uma prática psicológica confirmada, ou entrevistas não diretivas (também chamadas com plano, com guia, com grelha, focalizadas, semiestruturadas), mais curtas e mais fáceis: seja qual for o caso, devem ser registadas e integralmente transcritas, incluindo hesitações, risos, silêncios, bem como estímulos do entrevistador.” (Bardin, 2009, pp. 89)
Em termos gerais podemos considerar três fases importantes no decorrer de uma entrevista: o antes, o durante e o depois do trabalho.
Segundo Carmo (2008), antes da entrevista é importante definir objetivos, construir o guião, escolher os entrevistados e preparar os mesmos para o que se espera que seja a sua contribuição para o estudo será desenvolvido.
Durante a entrevista, tem de ter-se em atenção alguns elementos importantes. Vejamos em pormenor quais os aspetos a ter em linha de conta:
Primeiros passos – iniciar a entrevista formulando uma breve síntese que sirva de enquadramento às questões que se seguirão e ao propósito da investigação; a escolha da questão que abrirá a entrevista é fundamental porque deve ser uma questão que estabeleça um bom clima relacional.
Saber escutar – o entrevistado deve sentir-se escutado, entendido nas suas afirmações pelo que as questões ditas de aquecimento são importantes; outro aspeto importante é a gestão de algum silêncio ocasional.
Controlar o fluxo da informação – o controlo do fluxo de informação pode ser feito através de perguntas de focagem ou de enfoque.
Enquadrar as perguntas melindrosas – estas devem ser colocadas no final da entrevista.
Depois da entrevista, devem registar-se as observações sobre o comportamento verbal e não verbal do entrevistado, bem como registar a forma como o ambiente decorreu e o tipo de relação estabelecida entre as partes. No final procede-se à análise do conteúdo.
Referências bibliográficas
Albarello, L.; Digneffe, F.; Hiernaux, J.; Maroy, C.; Ruquoy, D.; Saint-Georges, P., (2005), “Práticas e Métodos de Investigação em Ciências Sociais”, Trajectos, Gradiva, Lisboa.
Bardin, L., (2009), “Análise de Conteúdo”, Edições 70, Lisboa.
Bell, J., (2010), “Como realizar um Projecto de Investigação”, 5ª Edição, Trajectos, Gradiva, Lisboa.
Carmo, H.; Ferreira, M.,(2008), “Metodologia da Investigação – Guia para a Autoaprendizagem”, 2ª Edição. Universidade Aberta. Lisboa.
Moser, C.A., e Kalton, G., (1971), “Survey Methods in Social Investigation”, 2ª edição, Londres, Heinemann.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Ficha de Leitura 2
Ficha de Leitura
Autora: Estela Gomes
1. Data da elaboração da ficha de leitura: 5 de Novembro de 2011
2. Fonte:
Autor: Guglielmo Trentin Título: Using a wiki to evaluate individual contribution to a colaborative learning project
Contexto: Journal of Computer Assisted Learning
Ano: 2008
Páginas: 43 - 55
3. Breve resumo
Uma das maiores dificuldades que o professor enfrenta no dia-a-dia da sua prática pedagógica é avaliar o trabalho efetuado em grupo.
Uma das estratégias pedagógicas privilegiadas, em particular em Elearning, é o trabalho colaborativo: as atividades online podem beneficiar com as enormes possibilidades que o trabalho desenvolvido em grupo pode evidenciar, nomeadamente na interação entre os diferentes elementos do grupo e do estímulo social que podem provocar. O wiki é uma ferramenta excecional para potenciar o trabalho colaborativo e cooperativo e aumenta as possibilidades de monitorização, por parte do professor, do trabalho, para além de permitir a edição pelos elementos de um grupo, bem como possibilitar a colocação direta de outras formas de enriquecimento da produção. Para além das virtudes já descritas, o wiki permite o desenvolvimento de competências linguísticas e sociais e estimula o aumento da cognição através da partilha de conhecimento e experiências entre os elementos do grupo. No entanto, é difícil avaliar o processo que levou à produção do trabalho final e qual o nível de progresso individual de cada estudante.
Foi levada a cabo uma investigação em duas edições sucessivas de um curso online promovido pela Network Technology & Human Resources Development na Political Science Faculty of the University of Turin, e que envolvia cerca de 30 estudantes.
A ferramenta escolhida para que os estudantes desenvolvessem a demanda exigida foi o wiki pelos motivos já apontados anteriormente, em particular o PBWiki. Para além de visualizar a sua própria página de grupo, os estudantes podem consultar o que os outros estudantes, de outros grupos, vão produzindo; o facto de poderem consultar o progresso do trabalho, é um fator de motivação adicional para que o enriquecimento do trabalho se faça pela troca de ideias entre os elementos da comunidade. O professor definiu regras para a elaboração do trabalho e o objetivo seria desenvolver a capacidade dos estudantes resumirem os conceitos estudados e identificarem o maior número de ligações entre eles; não poderiam utilizar mais do que 20 linhas por página. Caso pretendessem fazer uma extensão do trabalho, deveriam criar links na sua página que remetessem o leitor para outras informações, sendo que só eram permitidos três níveis de acesso a partir da home page.
Todos os estudantes deveriam estar motivados a ter um papel ativo na construção do wiki de acordo com os seguintes itens:
· Estudo individual dos materiais disponibilizados;
· Existência de um plano de trabalho que contemplasse a estrutura e a divisão do mesmo;
· Desenvolvimento das diferentes subdivisões do Wiki;
· Criação de hipertexto;
· Peer Review.
I - A avaliação do trabalho individual de cada estudante
Esta avaliação obedece a três critérios: · O nível de conhecimento atingido e o número de competências desenvolvidas enquadradas nos objetivos predefinidos;
· O tipo de produto desenvolvido individualmente e coletivamente em colaboração com outros estudantes (estrutura, assertividade, coerência, qualidade do hipertexto, cumprimento dos objetivos da tarefa, estrutura conceptual). Aos estudantes era ainda pedido que avaliassem o trabalho desenvolvido pelos pares;
· Processo colaborativo desenvolvido pelos estudantes para atingir os objetivos propostos na atividade.
O nível de participação de cada estudante seria avaliado de acordo com quatro parâmetros:
· A contribuição no fórum destinado ao planeamento do trabalho;
· A contribuição dada no Peer Review;
· A contribuição para o desenvolvimento do trabalho exposto no wiki;
· A contribuição para o desenvolvimento dos conteúdos.
Contribuição no fórum destinado ao planeamento do trabalho
P(fórum) = 3× A% +1.5×B% + 0.5×C%
Sendo, A = mensagens que contribuem para o desenvolvimento dos conteúdos do trabalho (peso 3); B = mensagens reveladoras de liderança e decisão (peso 1,5); C = Todas as outras mensagens (peso 0.5).
Este valor é depois normalizado após ter sido comparado com o valor mais elevado da avaliação atribuída P(fórum,norm)
Contribuição para o peer review
Esta avaliação tem a ver com os comentários individuais de cada estudante ao longo do peer review dos colegas. Uma classificação de 0 a 5 é atribuída a cada comentário recebendo de volta a opinião de cada comentado sobre a importância dessa pontuação. Construiu-se uma matriz em que cada coluna indicava a opinião dos revisados e cada linha a opinião dos revisores; a intercessão entre as linhas e as colunas correspondia a uma pontuação na escala de Likert (0-5).
Contribuição para o desenvolvimento do trabalho exposto no wiki
Esta avaliação relaciona-se com o número de ligações que cada estudante encontra entre a sua página e as páginas dos outros estudantes. Esta avaliação tem um índice de ponderação menor porque tem um lado subjetivo que não deve ser desconsiderado. A contribuição para o desenvolvimento dos conteúdos
Esta contribuição é avaliada considerando o número de páginas e o total de carateres produzidos por cada estudante. De novo se atribui um índice de ponderação baixo a esta questão (1,2 pontos) uma vez que é uma avaliação quantitativa e não qualitativa de cada contribuição escrita do estudante. Por exemplo, suponhamos que se trata de um trabalho de 77 páginas e que o estudante produziu 6 dessas páginas, então: P(pp,norm) = 7.8 (6:77×100)
Continuando o exemplo dado, se existissem 15400 palavras das quais 1400 fossem produção do estudante, então Pwords,norm = 9.1, o que totalizava:
P(content,norm) = P(pp,norm) + P(words,norm) = 16.9
Cálculo da contribuição individual de cada estudante
P(total)=ΣP(norm)=
P(fórum,norm)+P(peer-review,norm)+P(links,norm)+P(content,norm)
II - Avaliação do trabalho colaborativo
A avaliação do trabalho colaborativo evidenciado pelo grupo vai depender de três fatores: · Distribuição das contribuições dos vários elementos do grupo ao longo do fórum destinado à planificação da estrutura do trabalho;
· Contribuição para a peer-review;
· Contribuição para a construção do hipertexto.
Distribuição das contribuições dos vários elementos do grupo ao longo do fórum destinado à planificação da estrutura do trabalho
Nesta avaliação é utilizada uma tabela de incidência para registar as interações entre os participantes na discussão de grupo. Uma tabela de incidência é uma tabela de dupla entrada usada para a avaliação do tipo de mensagens, onde os subtotais de cada coluna representam o número de mensagens emitidas e onde os subtotais de cada linha representam o número de mensagens rececionadas. O total de mensagens é dado pela soma do somatório das mensagens emitidas com o somatório de mensagens rececionadas. O índice de ponderação deve ser estudado caso a caso.
Contribuição para a peer-review
Esta avaliação é baseada no total de comentários feitos pelos estudantes que formam o grupo, durante o trabalho de peer-review, e qual a qualidade da sua contribuição. Para tal, é construída uma matriz que é utilizada para executar o correspondente gráfico de projeção em Excel. Contribuição para a construção do hipertexto.
O wiki é avaliado pelo número de hiperligações e qual o número de links que se direcionam para determinado item. Também aqui é possível criar uma tabela de incidência para analisar as ligações efetuadas. Esta proposta de avaliação está direcionada para a análise do trabalho de escrita e edição conjunta.
4. Transcrição de citações relevantes
Online activities now can benefit greatly from the enormous possibilities offered by social software (Malloch 2005; Alexander 2006). These include wikis, which are characterized by a variety of unique and powerful information-sharing and collaboration features that offer key advantages, such as allowing learners to be actively involved in their own knowledge construction (Boulos et al. 2006), as well as improving co-writing processes (Parker & Chao 2007) and facilitating their monitoring.(Página 43)
This paper aims to provide a solution to this problem by presenting and analysing a methodological approach for organizing co-writing based on the use of the wiki as a means for managing the evaluation of collaborative learning processes.(Página 44)
Collaborative development of a written text transforms the student’s ordinary, solitary written work into a collective process, yielding strong benefits on a social and cognitive level (Clifford 1992; Sullivan 1994).(Página 44)
Furthermore, co-writing that is conducted online is almost always done so asynchronously, and is mediated and indirect (Weng & Gennari 2004). Therefore, students have greater opportunities to reflect deeply on what they read and write when replying to their remote interlocutors, besides practising their language skills (Flower 1996).(Página 44)
Besides the cognitive aspects, it is also worth considering the importance of mastering co-writing techniques, which are increasingly being required in the world of work. In many professions, documents, reports, guidelines, project proposals and the like are written collaboratively using network technologies.
(Lowry et al. 2004b).(Página 44)
Evaluation of the product and level of knowledgeachieved by the students can be performed satisfactorily with traditional approaches based on the qualitative analysis of both the co-produced text and the written contributions of each student. The problem arises in evaluating the co-writing process, in particular the level of contribution that the individual has made to the group and to the distribution/centralization of the collaborative process. (página 53)
The conclusions that can be drawn from field experimentation of the methodology regard two different perspectives,that of the individual student and that of the overall group. Specifically, it has been found that:
evaluating each student’s level of participation and contribution on the basis of both objective data (number of messages and amount of material produced) and subjective data (teacher’s evaluation and peer evaluation) has proved effective, particularly regarding the collaborative dialogue process: forum interaction for the co-planning of the text and peer review. Thus, the survey tables and calculus parameters used may be considered valid not just for co-writing activities but more generally for any asynchronous communication activity; and
evaluating the level of group collaboration is facilitated by the combined use of 3D graphic projections and network analysis techniques. The projections are more effective in highlighting the intensity of the interrelations (both in the interaction among participants and among the links between the hypertext pages), while the network analysis techniques are more useful in representing their level of reticularity. (Página 53)
Application of the method proposed here also proved to be a good test bed to help teachers understand weaknesses in the way they organize co-writing for their students and how these may influence evaluation of the individual’s participation/contribution of the group’s overall action and of the final product developed collaboratively. The use of the proposed methodology therefore helps the teacher to understand how to plan co-writing so that all the students are motivated to participate actively and collaboratively. The results from the experimentation may be regarded as positive, even though the procedures and the tools used still require refinement, especially to reduce the time and manpower demands of the surveys and processing.(Página 53)
5. Comentário pessoal
Este documento é importante para podermos perspetivar uma outra forma de avaliação do trabalho de grupo, embora muito confinada ao uso do wiki como ferramenta de trabalho, por parte dos estudantes, o que lhe confere uma grande especificidade de utilização. Por outro lado, esta forma de analisar o trabalho dos estudantes revela-se pouco prática e, em muitos aspetos, muito subjetiva. O trabalho de grupo é avaliado mais pela quantidade da produção do que pela qualidade da mesma. Se bem que a investigação foi direcionada no sentido de avaliar o processo colaborativo, em particular avaliar como o trabalho colaborativo se desenvolve em torno da escrita e do trabalho de edição conjunta, ainda assim revela-se uma visão muito redutora da avaliação de um trabalho que é composto por mais do que a simples edição de texto; é muito importante considerar o trabalho como um todo, sendo o conteúdo uma parte fundamental; por outro lado, o estudante vale pela qualidade das contribuições que produz e não pela quantidade de mensagens que coloca no fórum nem pela quantidade de palavras que debita no trabalho. As avaliações muito tecnicistas pecam pela análise mais humanista do trabalho e pecam pela falta de atenção que devem dar aos pormenores de carater intuitivo e de profunda interligação entre o trabalho dos estudantes e o empenho profissional do professor. Mas todas as opiniões são de registar e todas nos enriquecem… Do bom que cada uma das propostas tem podemos sempre tirar algo que, misturado com bom senso, pode originar uma forma inovadora e mais próxima da ideal, de avaliar…
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