segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ser professor online - Um desafio a enfrentar na sociedade da tecnologia…

Acostumados a lidar com baixa diversidade e mudança lenta, os indivíduos e as instituições encontram-se de súbito a tentar lidar com elevada diversidade e mudança de grande velocidade. As pressões cruzadas ameaçam sobrecarregar a sua competência decisional. O resultado é o choque do futuro. (Toffler, 1984)

As tecnologias de informação reformularam a visão anterior de transmissão de conhecimentos, alterando a nossa percepção de Educação e a consequente mudança nos processos de ensino e de aprendizagem - "A metáfora que agora parece perfilar-se para nos inspirar é a metáfora da rede." (Figueiredo, 2002).

Com o aparecimento de novos paradigmas da produção e da divulgação do conhecimento, com a evolução permanente dos suportes informáticos, a aprendizagem online, as salas de aula virtuais e os e-formadores tornaram-se uma realidade cada vez mais frequente o que manifesta a necessidade de existir uma reflexão acerca do papel de todos os protagonistas neste conceito de processo educativo. Na impossibilidade de focar o papel de todos os agentes importantes no processo de ensino e aprendizagem em ambiente virtual, foquemos a nossa atenção sobre o papel do e-professor no âmbito do elearning.


Comemos por analisar a palavra formação, donde deriva o conceito de e-formador, ou do e-professor: ato, efeito ou modo de formar, tudo o que molda o caráter, a personalidade, conjunto de conhecimentos e habilidades específicos de um determinado campo de atividade prática ou intelectual. (Houaiss, 2011). Quando nos contextualizamos no ensino a distância, os termos professor, formador, tutor, são precedidos pelo prefixo e-, dando origem a novos termos como e-formador, e-professor; consequentemente, um e-formador é aquele que forma, que educa, que transparece aos estudantes um conjunto de aptidões que o habilitam a instruir, a orientar o percurso de outros. Como se observa este é um conceito amplo, em permanente mudança que se opera ao ritmo da tecnologia e que surge como resultado da interligação de três vertentes da Educação: Pedagogia, Tecnologia e Comunicação. É nesta senda que propomos uma reflexão acerca do perfil e das funções do professor online.
Mason (1998) analisa o papel e as tarefas de um e-formador de acordo com três dimensões:
1. Interação entre o formando e o formador;
2. Interação entre o formando e o conteúdo
3. Interação entre os formandos.
Segundo Rodrigues, alguns autores acrescentam uma quarta dimensão que se reporta à interação entre o formando e a interface ou plataforma. Pretende-se assim, que o formador a distância seja um organizador e um facilitador de conteúdos e um promotor de interações entre os diferentes agentes do processo ensino/aprendizagem, utilizando para atingir os fins a que se propõe diversas técnicas pedagógicas que possibilitem uma aprendizagem significativa.
Salmon (2000) advoga que as tarefas do formador online se situam em cinco níveis de atuação:
1º Nível - o formador deve apoiar e facilitar o acesso de cada um dos estudantes ao sistema sem o qual a participação não é viável;
2º Nível - o formador deve assegurar que cada formando se identifique face aos outros, partilhando a sua identidade possibilitando, desta forma, uma primeira interação que serve de caminho a futuras interações com os colegas e formador;
3º Nível - o formador deve incentivar os estudantes à troca de informação com os seus colegas;
4º Nível - o formador deve estimular as discussões focadas nos conteúdos do curso que ministra para que a colaboração entre estudantes se acentue;
5º Nível - o formador deve motivar os estudantes a alcançar as suas metas pessoais, estimulando a interligação entre os conteúdos fornecidos no âmbito do curso, com outras formas de apresentação de conteúdos e com outras formas de aprendizagem de modo a que possam fazer uma autoreflexão sobre o seu próprio percurso de aprendizagem.
Berge (1995) prevê a intervenção dos formadores em quatro áreas distintas, a saber:
Área Pedagógica - o formador dispõe de várias técnicas pedagógicas para que o estudante se aproxime dos diferentes conceitos, princípios e competências definidas nos objetivos gerais e específicos do curso; deve desempenhar o papel de facilitador de conteúdos de caráter educacional e procurar atender às necessidades de aprendizagem dos formandos;
Área Social - o formador deve fomentar um ambiente aprazível que promova a aprendizagem, desenvolva as relações humanas e facilite a coesão do grupo;
Área de Gestão - o formador deve calendarizar as várias etapas da formação, bem como definir os objetivos e regras de participação, os procedimentos, a avaliação, ou seja, é responsável pela gestão administrativa e organizativa de todo o curso;
Área Técnica - o formador deve providenciar aos estudantes a possibilidade de se sentirem confortáveis com a tecnologia e que esta seja de transparente utilização.
O ensino a distância reveste-se de um cenário técnico e pedagógico que possibilita a criação de contextos de ensino/aprendizagem particulares, apoiados em pressupostos tecnológicos e nas concepções de natureza pedagógica manifestando-se fundamental a existência de ferramentas tecnológicas, com potencialidades conhecidas pelo formador, mas, em simultâneo, de um quadro conceptual cientifico e pedagógico favorável, que conjugue a técnica com o sentido atribuído à aprendizagem.
Para colocar em prática tantas exigências que constituem as demandas de um e-formador, são necessárias competências e habilidades muito específicas, quer pedagógicas, quer tecnológicas, quer comunicacionais. Pretende-se que no perfil de um e-formador se integre o facto de ser um excelente professor, ou seja, um profissional que goste de interagir com os alunos e que esteja pedagogicamente habilitado para procurar as melhores estratégias que potenciem e motivem a aprendizagem dos seus formandos. Por outro lado, deve ter competências técnicas reconhecidas, ser positivo, proativo, persistente e, sobretudo, inovador nas atividades que propõe aos seus formandos.

Porquê a ênfase na capacidade de inovar constantemente exigida ao e-formador?  
Numa sociedade movida pela tecnologia em que o Skype, o Twitter, o Facebook, os blogues e tantas outras ferramentas que possibilitam a comunicação e a troca de ideias entre as pessoas, ninguém espera que os professores controlem os conteúdos que os aprendentes consultam. É necessária inovação e capacidade de adaptação e a ambição de atingir objetivos sem esperar deter o controlo da situação.
Networks thin classroom walls. Experts are no longer “out there” or “over there”. Skype brings anyone, from anywhere, into a classroom. Students are not confined to interacting with only the ideas of a researcher or theorist. Instead, a student can interact directly with researchers through Twitter, blogs, Facebook, and listservs. The largely unitary voice of the traditional teacher is fragmented by the limitless conversation opportunities available in networks. When learners have control of the tools of conversation, they also control the conversations in which they choose to engage. (Siemens, 2010)


Referências Bibliográficas
Berge, Z.L, (1995), Faciliting computer conferencing: recomendations from de field. Educational Tecnology.

Figueiredo, António Dias (2002) Redes de educação: a surpreendente riqueza de um conceito, in Conselho Nacional de Educação (2002), Redes de Aprendizagem, Redes de Conhecimento, Conselho Nacional de Educação, Ministério da Educação, ISBN: 972-8360-15-0, Lisboa, Maio de 2002.

Houaiss (2011). Dicionário de Língua Portuguesa, Círculo de Leitores.

Mason, R. ,(1998). Using comunications media in open and flexible learning. London: Kogan Page.

Rodrigues, Eloy. (2004). O papel do e-formador (formador a distância), acedido a 22 de Outubro de 2011
<http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/6412>

Salmon, Gilly (2000), E-Moderating: the key to teaching and learning online. London: Kogan Page.

Toffler, A. (1984), A terceira vaga, Lisboa, Livro do Brasil.

Siemens, George (16-02-2010). Teaching in Social and Technological Networks.Connectivism.
< http://www.connectivism.ca/?p=220>

sábado, 29 de outubro de 2011

Tema 1 - MICO 11 - Fluxograma

Um fluxograma é uma representação gráfica de um determinado processo ou fluxo de ideias que permite a compreensão e a otimização do trabalho para além da sua simplificação e racionalização.
Através desta forma de representação gráfica, é possível entender de forma rápida e eficaz a transição de informações ou o tipo de documentação que favoreceram o processo de trabalho descrito.
Os símbolos utilizados num fluxograma não são aleatórios e cada um desempenha uma função e traduz uma mensagem. Revela-se importante ter o conhecimento prévio deste tipo de simbologia para que exista uma lógica subjacente à leitura da representação de todo o processo.
O fluxograma abaixo apresentado representa todo o processo que um trabalho de investigação deve percorrer até à sua divulgação à comunidade científica ou ao público na sua generalidade. Encontra-se acompanhado de uma legenda explicativa da simbologia utilizada.
Este trabalho resulta do trabalho colaborativo da equipa Ómega composta pelos colegas Estela Gomes, Filomena Barbosa, Filomena Pestana e Miguel Lima; foi executado no âmbito da unidade curricular de Metodologia da Investigação Online, orientada pela Professora Doutora Alda Pereira. Todos os elementos deste grupo postaram o esquema nos respetivos blogues e colocaram as suas conclusões no Wiki da referida unidade.
Fluxograma sobre o processo de investigação

Legenda do fluxograma



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Reflexão final sobre quatro semanas intensas de Twitter


Após quatro semanas de trabalho intensivo, é chegada a altura de refletir, de fazer o balanço final do que se aprendeu, das implicações futuras e das aplicações futuras de toda esta aprendizagem…
Inicialmente, a minha posição face ao Twitter não era de todo a mais favorável e, tal como muitos, não tinha ainda a consciência desperta para o facto de que não gostar muitas vezes é sinónimo de não saber utilizar. A ideia inicial que eu tinha em relação ao Twitter era que se tratava de um repositório de links e que muitos exibiam nesta rede a sua imensa sabedoria, muitas vezes pretensiosa, utilizando os escassos 140 caracteres para nos sobrecarregar de informação que, nem sempre, se manifestava válida.
Um pouco mais de informação traz sempre um pouco mais de luz… Entendi aos poucos que o Twitter pode ser utilizado de muitas maneiras, umas mais sábias, outras nem tanto… De qualquer forma, pode ser usado como um distribuidor de notícias, um distribuidor de informação pertinente sobre determinada área de interesse, ou ainda como uma forma de estabelecer contacto com amigos e de manter vivos alguns afetos.
A grande vantagem do Twitter é a interação permanente. Existe um fluxo de mensagens onde qualquer um pode participar, onde pode opinar ou simplesmente registar a informação e sair… Permite a interação com pessoas com interesses comuns, em tempo quase real. No Twitter regista-se uma dicotomia interessante: todos somos produtores e consumidores de informação e rapidamente largamos um papel e assumimos o outro.
O Twitter tem algumas vantagens notórias: permite uma sensação de proximidade com indivíduos que, provavelmente, nunca iremos conhecer mas que partilham a nossa esfera de interesses; permite que colaboremos a distância, de forma assíncrona gerando dessa forma trabalho colaborativo; a abertura a todos quantos queiram participar é um elemento aliciante e, rapidamente nos vemos envolvidos num conjunto de mensagens e num fluxo de informações que podemos consultar, disseminar e enriquecer; finalmente existe o fator mobilidade dado que se pode twittar a partir de qualquer lugar. No Twitter a informação deve ser bidirecional: podemos consumir informação mas temos de a produzir em simultâneo.

A maioria das pessoas não tem tempo ou interesse em fazer uso, em simultâneo de várias redes sociais como o Google+, Facebook, Twitter, Linkedin, ou outras. Ferramentas como o Hootsuite ou o Twitterfeed podem ajudar a gerir tanta informação mas ignoram os pontes fortes e fracos de cada plataforma. No entanto, não podemos esquecer uma realidade que começa a ser indiscutível: em termos profissionais uma boa rede de contactos cria valor e facilita a vida e as redes sociais possibitam alguma projeção social que, quando bem aproveitada, pode reverter em benesses múltiplas. Num mundo em que o emprego já não é estável, com os laços que se estabelecem entre empregador e empregado toldados pela sobrevalorização do dinheiro, o que se manifesta importante são as competências e encontrar quem as valorize. A opinião de colegas também é importante; a construção de uma reputação é feita em grande parte pela opinião que os outros têm de nós e do que nós damos a conhecer… As redes sociais podem ter um papel importante na nossa valorização profissional se as utilizarmos de uma forma eficiente.
Podemos comparar cinco redes sociais muito conhecidas e apontar as diferenças na forma como operam:


Uma desvantagem do Twitter face ao Facebook, por exemplo, é que não disponibiliza o perfil completo do utilizador e o histórico das atualizações é mais difícil de acompanhar porque o ritmo é muito dinâmico.
Podemos apresentar um quadro comparativo entre as possibilidades do Facebook versus Twitter.


Agora é continuar a usar e descobrir novas utilidades… Valeu a experiência!


sábado, 22 de outubro de 2011

Tudo começa a fazer sentido...

Que semana! … Muito trabalho, muita pressão, mas também muita produção…
Um dos grandes desafios de que quem utiliza o Twitter ou outra rede social é quantificar e analisar em que medida o seu perfil e participação na rede é aceite pelos restantes parceiros virtuais. A quantificação de determinados efeitos permite a justificação de determinadas ações e o investimento noutro tipo de iniciativas.

O Klout utiliza a análise semântica para avaliar e quantificar a influência que determinado perfil tem sobre os perfis que lhe são associados, e a capacidade que determinada pessoa tem para gerar discussão e troca de informações em torno de um tema de interesse comum ou de interesse geral. Esta semana descobrimos esta ferramenta e explorámo-la…
Mais descobertas se avizinhavam… O LinkedIn

O LinkedIn permite que usuários registados no site possam manter uma lista de contactos, chamadas conexões, que possibilitem o conhecimento de profissionais, empresas ou simplesmente de pessoas com interesses comuns. Este facto abre as portas a inúmeras possibilidades de contactos: pessoais, profissionais e outros.  Interessante a possibilidade oferecida de interligar o LinkedIn com o Twitter e de cruzar as informações…
E na sexta feira… a conferência MyMpel 2011 e a possibilidade de empregar todo este pacote de informação fornecida ao longo da unidade curricular de Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Tweetar foi a palavra de ordem… foi um dia de grandes encontros e reencontros.


E foi um dia de muita aprendizagem em que se percepcionou a aplicação de muitos dos conteúdos de AVA em contexto real. O porquê da insistência da utilização do Twitter, o porquê da utilização do LinkedIn e a importância que manifesta no contexto do mercado de trabalho. Tudo começa a fazer sentido… O excesso de informação a que temos estado sujeitos nas últimas três semanas começa a dar os seus frutos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Reflexão sumária sobre Pedagogia do ELearning

Segundo Humbert Pinto, a pedagogia, enquanto teoria da educação, tem uma importância incontestável na orientação da prática educativa. Podemos identificar a pedagogia como o campo de conhecimento que se debruça sobre e na educação. Podemos considerá-la campo de conhecimento porque a sua esfera de atuação não se prende apenas com teorias científicas mas envolve outras formas e tipos de saberes. Porquê sobre a educação? Porque teoriza e sistematiza as práticas educativas que se vão registando ao longo dos tempos e articula-as com saberes que vão sendo produzidos. Porquê na educação? Porque se materializa nas práticas educativas que constituem os pilares da atuação dos educadores e formadores, no exercício da sua prática docente.
Segundo Azevedo, quando nos referimos a pedagogia do elearning, estamos a focar um campo específico da pedagogia que estuda o processo de ensino/aprendizagem em ambientes online. Quando falamos em processo ensino/aprendizagem, colocamos o enfoque num processo de construção do conhecimento que se deseja coletivo e que surge em todos os ângulos que o perspetivam; não aprende apenas o educando, mas também o educador. A aprendizagem é um fenómeno complexo, baseado em múltiplas interações e que deve ser objeto de preocupação do docente, em particular do docente online. A especificidade da pedagogia do elearning tem a ver com o facto de neste tipo de ensino se utilizarem tecnologias que permitem novas formas de interação com os conteúdos informativos e entre formandos e formadores.
A partir do momento em que nos embrenhamos em ambientes online, percebemos que, para além da informação que é disponibilizada, é muito importante a utilização de recursos de comunicação interpessoal que as novas tecnologias possibilitam, que nos permitam a troca de ideias e o contacto com outras fontes de saber, com novas perspetivas, que nos enriqueçam a vários níveis.
Subjacente ao conceito de pedagogia, encontramos o conceito de modelo pedagógico, sendo este um dos conceitos mais importantes dado que permite comparar, simular e compreender fenómenos a partir da construção desse modelo; evidencia-se, assim, como uma representação mental compartilhada de um conjunto de relações que definem um fenómeno e que o interpretam à luz de determinado construto teórico. Embora um modelo pedagógico possa ser inspirado numa ou em mais teorias de aprendizagem, normalmente reflete um paradigma vigente sustentado por um suporte teórico.
Podemos questionar, neste momento da reflexão, qual o modelo que melhor serve os interesses do ensino a distância e qual a pedagogia mais eficiente a aplicar nas práticas docentes deste tipo de ensino.
Com o objetivo de chegar a uma conclusão plausível, analisemos as três pedagogias que Anderson propõe no seu artigo Three generations of distance education pedagogy, embora Conole no seu trabalho Review of Pedagogical Models And Their Use In Elearning as perspective de uma forma mais abrangente: a pedagogia cognitivista e behaviorista, a pedagogia socioconstrutivista e, finalmente a pedagogia conectivista.

A pedagogia cognitivobehaviorista, apoiada nos estudos de Watson, Thordike e Skinner, defende o livre acesso à educação por todos, fornecendo uma formação low cost. No entanto, o processo excessivamente estruturado da formação reduz significativamente a presença social e a presença de ensino, enfatizando-se excessivamente a cognição como motor da aprendizagem.

A pedagogia socioconstrutivista sustenta que a construção do conhecimento é individual e responsabilidade do sujeito aprendente. Com raízes no pensamento de Vygotsky e Dewey, defensores da construção de conhecimento por scaffolding, a pedagogia socioconstrutivista apoia-se na tecnologia para criar oportunidades para a comunicação síncrona e assíncrona que facilitem a comunicação entre educandos e entre educandos e educadores. O educador é encarado como um mediador da aprendizagem, um facilitador de recursos, tendo o aprendente o principal papel na construção do seu saber através das interações que estabelece com os conteúdos e com os outros aprendentes e mesmo com o seu tutor. No entanto, esta perspetiva é onerosa, depende em excesso da tecnologia e utiliza meios que constituem uma sobrecarga para a instituição que a suporta.

A pedagogia conectivista, sustentada nos princípios defendidos por Siemens ou Downes, advoga que a aprendizagem é um processo desenvolvido e potenciado através da utilização das redes de informação, contactos e recursos que nos permitam responder com eficácia aos problemas com que nos deparamos diariamente. Não se trata de exercitar a memória, mas de desenvolver competências para procurar e encontrar aplicações que permitam solucionar múltiplas questões. No entanto, nem todos os indivíduos têm a capacidade financeira ou estrutural para acederem à tecnologia necessária para a aquisição de conhecimento através de redes ligadas por interesses comuns. A dificuldade em aprender múltiplas tecnologias, a aprendizagem da navegação no ciberespaço, a falta de competência digital, a falta de cultura em geral, podem constituir entraves para a aprendizagem e podem ser fatores redutores da motivação.
Em suma, nenhum modelo pedagógico fornece todas as respostas para todas as questões… Cada um dos modelos, cada pedagogia apresentada, exibe pontos fortes e pontos fracos, pontos redutores e pontos potenciadores de uma aprendizagem consistente em ensino a distância. Qual o ponto de equilíbrio?
O mais sensato será aproveitar o que cada modelo apresenta como favorável e adaptá-lo a cada situação e às particularidades que cada momento de aprendizagem apresenta. O mais importante é não ser excludente em relação a cada proposta pedagógica mas aproveitar o que de melhor cada uma oferece para potenciar o desenvolvimento do estudante em cada passo da sua aprendizagem. A cognição deve ser considerada como um elemento importante na formação, mas não deve ser exacerbada… A interação com os outros como elemento potenciador das aprendizagens é importante mas não deve excluir os momentos de reflexão pessoal… A tecnologia proporciona vantagens em termos de comunicação e obtenção de conhecimento através das redes de informação, mas não é a única forma de aprender… Em educação tudo tem o seu peso…

Referências Bibliográficas

Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy. IRRODL.
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890.


Azevedo, Wilson. Elearning como elemento de Integração no Processo Educacional.

Connole, Grainne (2011). Review of Pedagogical Models And Their Use In Elearning.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O hábito faz o monge... Converti-me ao Twitter!


A minha conversão inicial ao Twitter manifestou-se difícil…
A experiência foi moldando a minha opinião e, o facto de me encontrar disponível para novas aprendizagens, permitiu que a curiosidade natural se evidenciasse e, eis que surge mais uma devota desta rede social.
Ao longo de duas semanas, tive de admitir que o Twitter entrou na família dos microblogues e está a revelar-se numa ferramenta de comunicação, informação e produtividade. Passámos do e-mail para o chat, o blogue, as redes sociais e, agora, o Twitter… Cada nova tecnologia apresenta potencialidades para o utilizador superiores às que eram oferecidas anteriormente.
Se, no início, a minha intuição me indicava que a escrita até 140 caracteres era redutora, agora encaro-a como uma possibilidade de maior gestão de informação, tornando mais rápida e eficiente a partilha do conhecimento.
É incrível como o hábito e a rotina modifica opiniões. Se, no começo das actividades realizadas no âmbito da unidade de Ambientes Virtuais de Aprendizagem, não entendia a utilidade do Twitter e achava a sua utilização um desgaste de energia e um consumo abusivo de tempo, agora consigo perceber a faceta de potenciador da aprendizagem em diferentes contextos e como é possível usá-lo como ferramenta de aprendizagem colaborativa ou individual.
Aproveitei esta segunda semana para a exploração de algumas das múltiplas potencialidades de Twitter. Para além de descobrir que, a partir do Hootsuite, consigo enviar documentos e imagens que enriquecem o contexto, fascinou-me a descoberta da possibilidade de adicionar um número de telemóvel à conta Twitter e receber notificações e enviar mensagens em mobilidade… Coisas de novata…
As tecnologias móveis permitem uma conexão anytime, anywhere, e configuram a relação do utilizador com a informação, ao permitir que esta seja acedida em movimento. Estou em crer que este aspeto marcará, no futuro, um novo paradigma educacional.
Ao longo desta etapa da aprendizagem, foi possível explorar a possibilidade que o Twitter apresenta de construção da nossa própria rede de aprendizagem; o facto de podermos organizar em listas a informação que desejamos obter a partir das contribuições de outros que estimulam a nossa própria contribuição, revela-se uma otimização de tempo e de interesses.
A próxima semana ditará o percurso a fazer…

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Eu e... o Twitter.

Quando me apercebi da criação de uma nova rede social, o Twitter, cedi à curiosidade natural e criei uma conta… Visitei o espaço, não gostei e esqueci…
Curiosamente, anos depois, vejo-me confrontada com a necessidade de explorar esta ferramenta e a primeira impressão foi francamente desagradável. Embora o conceito que serve como premissa à utilização deste serviço, seja muito simples - um grupo de pessoas conhecidas partilham o que estão a fazer a nível pessoal ou profissional - o primeiro contacto com o interface do sistema foi complicado; não se afigura intuitivo, esteticamente é pouco apelativo e, numa primeira abordagem, a limitação imposta de 140 caracteres por mensagem, não traz vantagens perceptíveis.
O que mais me impressionou foi a quantidade de informação e a rapidez com que esta passa por nós; o primeiro impacto foi assustador - como vou conseguir acompanhar todas as mensagens?.
Numa primeira análise, senti que tinha encontrado uma ferramenta que me absorvia todo o tempo a ler mensagens que, muitas vezes, não tinham qualquer conteúdo pertinente. O Hootsuite veio descomplexar a situação e a casa começou a ficar um pouco mais arrumada.
À medida que, discretamente, ia explorando o Twitter e com a ajuda dos tutoriais e do manual disponibilizado, fui adaptando o meu ritmo ao ritmo que me impunham e, o que inicialmente era complicado, passou a ser mais acessível - o susto tinha passado…
Ainda foram dois dias de pânico e de desorientação… Nada que respirar fundo e um pouco de exploração não resolvessem… Aos poucos foram sendo executadas as actividades propostas e, embora continue a privilegiar o trabalho desenvolvido noutras redes sociais, considero que o saber não ocupa lugar e temos de experienciar primeiro para poder julgar depois.