segunda-feira, 30 de maio de 2011

Modelo de Holmberg

Trabalho realizado em equipa (Estela Gomes, Filomena Barbosa, Filomena Pestana, João Brogueira), no âmbito da unidade curricular de Modelos de Ensino a Distância, sob a orientação da Professora Lina Morgado.

Comunicação Educacional

Trabalho realizado em equipa (Estela Gomes/João Brogueira/Filomena Barbosa/Filomena Pestana) no âmbito da Unidade Curricular Comunicação Educacional, cujo responsável é o Professor António Quintas-Mendes.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Second Life no módulo de ambientação online


Com o aparecimento da Internet a forma como comunicamos tem vindo a sofrer profundas alterações. A Internet assumiu uma importância primordial no nosso quotidiano e todos nós a utilizamos nos mais diferentes contextos, sejam estes de origem profissional, educacional, cultural, ou outro. A Web impôs ao utilizador o desenvolvimento de competências funcionais e, ainda, o desenvolvimento de um espírito crítico, ativo e responsável.
As ferramentas disponibilizadas pela Web 2.0 e, em particular o software de índole social, constituem uma realidade indiscutível e possibilitam o contacto entre indivíduos de diferentes partes do globo e uma nova forma de interacção entre as pessoas.
Neste contexto surge o Second Life que se assume como um espaço virtual online e de raíz tridimensional que transporta para o ecrã do computador aspetos da vida real e social dos indivíduos; embora com muitas outras aplicações, o Second Life tem-se manifestado, desde a sua criação, um excelente recurso educacional, constituindo um apelo ao seu uso por parte de professores, educadores e estudantes.
Tendo por sustentáculo estas premissas, o módulo de ambientação desenvolvido no contexto do Mestrado em Pedagogia em Elearning da Universidade Aberta de Portugal, focou a importância da exploração do ambiente virtual do SL e permitiu a sua exploração e a descoberta de potencialidades desta ferramenta no âmbito educacional. Para tal, cada estudante criou um avatar e com ele aprendeu a explorar os locais mais adequados ao propósito do mestrado. Apresento-vos o meu avatar:

Numa primeira sessão os tópicos de exploração do ambiente virtual eram os seguintes:
·         Adicionar amigos;
·         Criar landmarks;
·         Aceitar convites quer de amizade, quer de teletransporte;
·         Tirar fotos.
Numa segunda sessão os estudantes foram incentivados a prosseguir a descoberta do Second Life e, para isso foram lançados os seguintes desafios:
·         Construção de um objeto;
·         Transformar o objeto num ecrã onde o estudante pudesse mostrar aos colegas um site da Web que considerasse significativo.
Na terceira sessão, e última, o objetivo foi possibilitar aos estudantes interagir numa aula virtual e poder comunicar com os outros colegas e com a professora utilizando o chat e as ferramentas síncronas.

A experiência foi reveladora e ajudou a entender as múltiplas potencialidades do Second Life no âmbito educacional dado que os utilizadores destes ambientes virtuais podem visualizar, manipular, imergir e envolver-se com este mundo como se da realidade se tratasse; manifesto é ainda o interesse do Second Life nas situações de aprendizagem e na construção do conhecimento.


Cibercultura


No contexto da sociedade globalizada e tecnológica, novos desafios surgem, novas mudanças se impõem, novos paradigmas emergem…
A globalização rompeu com a ordem geográfica, política e comercial tal como a entendíamos e que assentava os seus pilares nos conceitos de Estado e Nação.
A sociedade industrial aboliu as fronteiras, integrou mercados, ampliou a capacidade das comunicações, acelerou a velocidade a que as informações circulam…
As relações sociais não são mais mantidas ao nível local porque se tornaram possíveis conexões globais. 
Tendo por base estas observações incontornáveis, Pierre Lévy, no seu livro Cibercultura, oferece-nos a possibilidade de reflectir sobre a forma como a virtualidade está a transformar a cultura, o modo de pensar, agir e comunicar, do ser humano.
O objectivo da reflexão que se desenvolve ao longo deste documento, é tentar chegar à definição de cibercultura utilizando as directivas que Pierre Lévy induz ao longo do livro já citado.
Não se revela razoável chegar a uma definição de cibercultura sem que primeiro sejam definidos alguns conceitos e estabelecidas algumas relações presentes ao longo de todo o texto de Pierre Lévy.
Debrucemo-nos, numa primeira instância, sobre a relação que o autor estabelece no seu primeiro capítulo entre técnica, cultura e sociedade; técnica é o produto de uma cultura e a sociedade encontra-se condicionada à sua técnica já que esta abre possibilidades em todos os aspectos sociais e, consequentemente, algumas opções sociais e culturais não poderiam ser cogitadas: "Uma técnica produz-se dentro de uma cultura, e uma sociedade fica condicionada pelas suas técnicas. Digo bem, condicionada e não determinada." (Lévy, 1997, p.26)  
As implicações culturais provocadas por um novo espaço comunicacional onde conceitos como sociabilidade e inclusão se transformam, levam-nos à noção de ciberespaço, sendo este o único meio pelo qual os indivíduos podem discutir inúmeros temas, sem qualquer interferência de índole ideológica, possibilitando o aumento da "inteligência colectiva".
Assim sendo, numa segunda instância, podemos enunciar a noção de ciberespaço tal como é apresentada por Pierre Lévy:
“O ciberespaço (que também chamarei de “rede”) é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo." (Lévy, 1997, p.17)
A Web não se encontra parada no tempo; aumenta, transforma-se sem parar, flui e escoa conhecimento. Cada reserva de memória, cada grupo, cada indivíduo pode tornar-se produtor de saberes e aumentar o fluxo de informação. Pierre Lévy, na página 171 do seu livro Cibercultura refere-se a um segundo dilúvio, o dilúvio de informações, aludindo ao criador deste conceito, Roy Ascott. A não ser que os valores culturais sofram alguma alteração drástica comparável, em sentido metafórico, a uma catástrofe natural, nunca mais conseguiremos regressar aos padrões culturais anteriores à vinda da internet, tal como a paisagem não regressa ao estado em que se encontrava antes de um dilúvio.
Esta comparação, explorada por Lévy, torna-se interessante se pensarmos que a existência de ciberespaço não significa que a informação esteja toda disponível; antes, a totalidade da informação encontra-se fora do nosso alcance. Então, similarmente à atitude que Noé tomou quando escolheu para colocar na arca o que era realmente significativo e relevante, também os utilizadores do fluxo informacional devem seleccionar, filtrar a informação que se revela significativa para os contextos em que a aplica. 
"A arca não repousará sobre o monte Ararat. O segundo dilúvio não terá fim. Já não há fundo sólido debaixo do oceano de informações." (Lévy, 1997, p. 15)  
Numa terceira instância, os capítulos 8,9 e 10 de Cibercultura, debruçam-se sobre a revolução que a utilização do ciberespaço induziu nos conceitos de arte, cidadania e saber. No entanto é sobre o capítulo 11 que o enfoque será colocado; As mutações da educação e a economia do saber. Lévy propõe uma reflexão sobre os sistemas educativos face a uma nova relação com o saber. A quantidade de informação, a velocidade com que esta circula, a permanente renovação de repositórios de conhecimento são cada vez maiores e imparáveis; assiste-se a uma nova configuração do mundo do trabalho dado que para poder trabalhar necessitamos de aprender em contínuo, nada é dado como adquirido em permanência, os saberes estão em constante mutação e o que sabemos hoje já não é o mesmo que saberemos amanhã, nem tal se deseja. Estes factores condicionam e questionam os modelos tradicionais de ensino que colocam a sílaba tónica na transmissão dos saberes. Surge a necessidade, com o advento do ciberespaço de criar um novo estilo de pedagogia em que o professor não seja mais o transmissor de saberes por excelência e o detentor da verdade absoluta; antes, deve incentivar os seus aprendentes a construir o intelecto através da busca de informações apresentando-se como um mediador entre quem aprende e a fonte de informação: " O docente torna-se um animador da inteligência colectiva dos grupos de que se encarrega. A sua actividade centrar-se-á no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: a incitação à troca de saberes, a mediação relacional e simbólica." (Lévy, 1997, p.184)
O ciberespaço permite ao estudante trabalhar cooperativamente ou individualmente e a internet constitui um repositório inesgotável de conteúdos onde se pode obter novos saberes com o objectivo de construir conhecimento. Assim sendo, os métodos tradicionais revelam-se obsoletos já que o ciberespaço suporta um manancial de tecnologias intelectuais que potenciam a aprendizagem e que favorecem a co-construção do conhecimento através da partilha e cooperação: "As novas possibilidades de criação colectiva distribuída de aprendizagem cooperativa e de colaboração em redes abertas pelo ciberespaço tornam a pôr em questão o funcionamento das instituições e os modos habituais da divisão do trabalho tanto nas empresas como na escola." (Lévy, 1997, p. 184)
Com o suporte do ciberespaço, os profissionais de educação devem aumentar o seu leque de conhecimentos, nomeadamente no que se prende à educação a distância e à utilização de recursos educacionais que favoreçam novas práticas pedagógicas, novas metodologias que orientem o estudante para a busca do saber, para a prática da colaboração, para a necessidade da actualização do saber, para a consciência das regras de permanente actualização que o mercado de trabalho exige: "As árvores de conhecimento são um método informatizado para a gestão global de competências nos estabelecimentos de ensino, nas empresas, nas agências de emprego, colectividades locais e associações." (Lévy, 1997, p. 191)
Em última instância, Lévy levanta duas questões pertinentes: a primeira, relativa ao facto da soberania em relação à cultura e ao património já não ser exclusiva do Estado uma vez que a rede é desterritorializante, independente e comunitária; a segunda, relativa ao facto de que o virtual e o real são mundos que não se ameaçam mutuamente mas que, ao invés, se complementam.
Sumariando o que vem sendo exposto, conseguimos afirmar que o ciberespaço constitui um espaço de práticas sociais cuja função não é a aniquilação de práticas anteriores à sua vinda; não se trata de uma lógica de exclusão mas de complementaridade.
Chegamos, por fim, a uma possível definição de cibercultura. Esta pode ser definida como um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensar e valores, que advém e se desenvolvem juntamente com o desenvolvimento da internet, como um meio de comunicação, que surge com a interconexão mundial de computadores. A cibercultura é o principal canal de comunicação e o suporte da memória da humanidade; é uma nova forma de encarar a comunicação, a sociabilidade, a organização das informações, o acesso e transporte dos saberes: "A cibercultura inventa outra forma de fazer acontecer a presença virtual em si mesma do humano sem impor uma unidade do sentido." (Lévy, 1997, p. 274)
O princípio da inteligência colectiva é, para Lévy, a finalidade última da cibercultura, constituindo mais um problema do que uma solução.  
Apresentamos três exemplos representativos de cibercultura: o correio electrónico, as redes sociais, as comunidades virtuais de aprendizagem.

No correio electrónico, as mensagens são imediatamente visionadas, podendo ser facilmente apagadas, modificadas e classificadas na memória informática; não é necessário imprimir o texto para o encaminhar ao destinatário e, caso seja necessária a difusão da mensagem, ela pode ocorrer, em simultâneo, para vários receptores.

As redes sociais representam a necessidade que o ser humano tem de comunicar. As redes sociais como o Twitter, o Facebook, ou outras, têm por objectivo conseguir que pessoas com determinadas afinidades comuniquem e partilhem entre si informações e experiências de ordem diversa utilizando o computador como intermediário na comunicação estabelecida.

As comunidades virtuais de aprendizagem são formadas por um conjunto de indivíduos que, utilizando o ciberespaço como plataforma de comunicação, se congregam em torno de um objectivo comum e tentam aumentar o reportório de conhecimento próprio e dos outros, utilizando as ferramentas de colaboração disponibilizadas pela Web 2.0. 

Nota: Este texto foi produzido no âmbito da unidade curricular Educação e Sociedade em Rede do Mestrado de Pedagogia em Elearning da Universidade Aberta. 
Referências bibliográficas:
Lévy, P. "Cibercultura", 1997, Instituto Piaget, Lisboa.
Bibliografia:
·     Carvalho. J.; Soares, M.S. "Educação na Cibercultura: comunidades de aprendizagem para mobilização da inteligência coletiva.", disponível em <http://www.periodicos.udesc.br/index.php/udescvirtual/article/viewFile/1654/1331>, acedido em Maio de 2011
·     Franco, M.; Sampaio, C. "Linguagens, Comunicação e Cibercultura: novas formas de produção do saber", disponível em   <http://www.damy.site90.net/web_documents/cibercultura.pdf>, acedido em Maio de 2011
·     Silva, R. "Informação e inteligência colectiva no ciberespaço: uma abordagem  dialéctica" disponível em:
         < http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v11/m317144.pdf>,
          acedido em Maio de 2011

sábado, 14 de maio de 2011

O que é uma sociedade em rede?





" (...) redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos (por exemplo, valores ou objectivos de desempenho). Uma estrutura social com base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico susceptível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio" (Castells, 1999:499)
Vivemos numa sociedade onde a tecnologia, a informatização, o conceito de globalização, colocam o conhecimento num patamar privilegiado onde o saber representa poder e é fonte de prestígio; observamos profundas alterações na organização do trabalho e, se no modelo taylorista, característico da sociedade industrial, a metodologia do trabalho reflectia uma rígida repartição de tarefas, uma violenta hierarquização e em que a partição entre trabalho intelectual e trabalho manual era pungente, já no paradigma informacional, característico das sociedades baseadas no conhecimento, o enfoque é colocado na capacidade de mudar rapidamente de funções assistindo-se a uma reorganização dos sistemas de valores que condicionam as relações sociais, o processo educativo, a noção de produtividade, o valor do capital humano.
Castells apresenta como característica importante da sociedade da informação a lógica de uma estrutura básica de redes, redes essas formadas em torno de empresas, organizações e instituições, formando um novo paradigma formatado em função da tecnologia e que representa o pilar da sociedade da sociedade onde verificamos que a informação é a matéria-prima, onde a tecnologia se introduz em todas as actividades e onde, finalmente, existe uma interdependência entre a micro electrónica e a biologia.
 “O ciberespaço (que também chamarei de “rede”) é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.” (Lévy, 1999, p.17)
A sociedade em rede é analisada por Lévy, “cibercultura”, sendo este o espaço onde se trocam interacções potenciadas pela realidade virtual e que surge a partir de uma cultura informática. As pessoas vivenciam uma nova relação espaço-tempo quando mergulham na virtualidade e Lévy utiliza a analogia da “rede” para explicar a formação de uma “inteligência colectiva”. Não é possível ignorar o impacto das tecnologias na vida humana nem na vida em sociedade; são novas linguagens, novos usos, novas percepções, novas identidades, novas simbologias que se emaranham numa rede que apanha na sua malha famílias, amizades, interacções laborais, fenómenos económicos, movimentações sociais…
Resta saber a serviço de quem se encontram as tecnologias? Que mudanças nos impõem e quem domina quem? Que valores se alteram numa sucessão de relações mediadas pelas máquinas?
Lévy aponta o computador como uma nova ferramenta de experiência e pensamento. Embora saibamos que o universo digital é composto por um sistema de código binário, é a partir da internet, com as suas múltiplas potencialidades e ferramentas, que muitas das nossas experiências são vivenciadas. Podemos falar de uma cultura comunitária virtual formada por todas as pessoas que utilizam a rede e é nesse espaço cultural que os indivíduos experienciam potencialidades em que a escrita, a leitura, a música, as imagens assumem novas configurações e é nesse espaço virtual em que emerge um novo conceito de sociabilidade.

Nota: Este trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular Educação e Sociedade em rede do Mestrado em Pedagogia em Elearning da Universidade Aberta.
Referências bibliográficas:
Castells, Manuel. A sociedade em rede. S.Paulo: Paz e Terra, 1999
Lévy, P. "Cibercultura", S.Paulo, 1999

domingo, 1 de maio de 2011

Recursos Educacionais Abertos

Trabalho realizado colaborativamente pela turma da 5ª Edição do MPEL, no âmbito da Unidade Curricular MREL, orientado pelo Professor José Mota.